O início... contagem decrescente

O início...

Nada mais adequado, que identificar este início de vida do Yellow Planet/Planeta Amarelo, com uma simples mas significativa contagem, uma contagem decrescente.

Não, não é uma contagem qualquer.

Associada intimamente à película e por consequência ao cinema, no nosso imaginário poucos serão os que não têm uma parcela de memória ocupada, gravada, àquela sequência curta mas estimulante de imagens denunciando uma contagem.

Mas, tal como foi dito, esta não é uma contagem qualquer.

Desde logo, porque apesar de ser uma contagem decrescente, regressiva, anuncia o início, o começo de algo e não o seu fim, afirmando assim o seu carácter positivo.

Por outro lado, a imagem, já mitificada, de um contador monocromático a regredir (10; 9; 8; ...) desencadeia no sujeito passivo, e passivo porque paralisado no enigmático e simultaneamente hipnotizante movimento regressivo da contagem (7; 6; 5; ...), uma crescente aspiral de curiosidade para ver a conclusão daquele momento imediatamente a seguir ao terminus da contagem (4; 3; 2; 1; ...0).

Uma curta espera, 10 segundos, mas que no tempo psicológico de quem observa mais parece uma longa-metragem de Manoel de Oliveira, que nos agarra, tal como Hitchcock, ao momento e estimula o imaginário para a incerteza, real ou não, do momento posterior como que pertencente a uma realidade singular, a uma tal de Quinta Dimensão (Twighlight Zone).

A partir da contagem é irreverssível:

"Existe vida no Yellow Planet/Planeta Amarelo".



Sem comentários: